Alta no preço da saca de milho ameaça pequenos produtores

Estudos mostram que a alta está afetando cada vez mais produtores rurais, que têm dificuldade de escoamento da mercadoria.

 

De acordo com o indicador Cepea, da base de Campinas (SP), a cotação do milho em 29 de setembro de 2021 variou 0,26% em relação ao dia anterior; e passou de R$ 91,18 para R$ 91,42 por saca.

E essa não foi a primeira alta do produto. No acumulado do ano, este mesmo indicador subiu 16,24%. Em 12 meses, os preços da saca de milho alcançaram 46,46% de valorização.

Para 2022, o vencimento março/22 já foi cotado a R$ 100,96 com ganho de 1,16%, o maio/22 valeu R$ 98,96 com valorização de 1,71%, o julho/22 foi negociado por R$ 91,79 com alta de 1,44% e o setembro/22 teve valor de R$ 91,03 com elevação de 1,31%.

As consecutivas valorizações têm preocupado os pequenos e médios produtores, que têm dificuldades para fazer o escoamento da sua mercadoria. Mas eles não são os únicos.

O problema parece ser uma via de mão dupla, já que os compradores do cereal também vêm reportando dificuldades para recompor seus estoques. 

Mesmo com o aumento da oferta do Centro-Oeste, esses mesmos compradores têm preferido adquirir o cereal paulista, que estava nos armazéns desde a colheita da segunda safra. 

 

Isso demonstra que a estratégia adotada pelo Governo Federal em 2021, autorizando – via Medida Provisória – o Conab a comprar até 200 mil toneladas de milho para pequenos produtores, não foi suficiente para resolver a questão.

Para  o segundo secretário da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Enori Barbieri, ainda é necessário uma mobilização estruturada. Uma das soluções que ele propõe é a criação de uma linha de crédito voltada aos pequenos criadores de animais.

 “O  governo deveria abrir uma linha de crédito para os consumidores de milho com pagamento alongado um pouco para que eles usassem esse dinheiro na compra antecipada de milho”.

O secretário da Abramilho argumenta que essa medida ajudará os pequenos granjeiros a fazer frente na disputa do milho com as grandes agroindústrias e com o mercado externo, que tem recursos para comprar de forma antecipada.